Eu podia ter arrumado um título mais clichê para este artigo, mas foi difícil de encontrar. Acabei ficando com esse.
E pela primeira vez em muito tempo, tive dificuldade de escrever o segundo parágrafo. Porque esse tema é emocionalmente carregado.
Mas estou me adiantando. Vamos por partes. O que é um dreno emocional?
Drenos emocionais são todas aquelas situações, pessoas ou lembranças que descarregam sua energia positiva e sugam de você a disposição para enfrentar a vida.
- É uma dívida antiga que te tira o sono e da qual você não consegue se livrar;
- É uma pessoa que toda vez que te encontra te afeta emocionalmente;
- É um emprego que você odeia, mas que toda segunda-feira de manhã acaba te puxando novamente.
E por que ficamos com eles?
Porque eles provavelmente não nasceram assim – foram se transformando.
Esses estorvos começaram como coisas boas, ou coisas que na época achávamos que fossem boas.
Você queria comprar algo achando que isso te traria felicidade (não é esse o problema mais recente que temos? Procurar significado? Recomendo a leitura de Man’s Search for Meaning, de Viktor Frankl, traduzido como “Em busca de sentido” para o português). Mas é claro que não trouxe. E deixa lembranças até hoje.
Pode ser que você tivesse conhecido alguém – um amigo, um parceiro amoroso, que inicialmente era uma pessoa ótima, mas conforme a convivência aumentou, conforme o tempo passou, foi se transformando em alguém que te cansa, em vez de alguém que te alegra.
Pode ser que você tenha entrado no seu emprego e ele fosse o emprego dos seus sonhos no início – pelo menos em sua imaginação (e nossa imaginação é bem romântica), mas com o tempo, as pessoas mudaram, o ambiente mudou, a situação mudou. E, de repente, você sente deslocado, sozinho.
Ou será que foi você quem mudou e as coisas continuam exatamente da mesma forma como eram?
Existe um aspecto interessante nessa situação, que é o fato de desconsiderarmos a nossa evolução pessoal como fator de insatisfação. Nós achamos que o que nos rodeia é o problema, quando na verdade muitas vezes não há problemas com o que está ao redor. O ambiente só passou a não ser mais o ambiente certo pra gente.
Nós ficamos em locais assim, com pessoas assim, primeiro pelo medo do desconhecido. Cada passo que você dá em outra direção te distancia definitivamente de quem você era. E claro que isso é assustador.
Uma parte de você sempre vai querer ficar em terreno conhecido, em locais onde você conhece, com pessoas que você conhece – por pior que seja essa situação.
Porque, como em tudo na vida, situações ruins geram acomodação. O ser humano é uma peça extremamente adaptável. Não há ambiente onde não possamos viver – e achar vantagens para isso.

Brasília em Julho. Mas continuo amando a cidade.
Os drenos são parte de sua história. Mas são uma parte que você pode (e provavelmente deve) deixar para trás. Ficar com eles é como tentar navegar com uma âncora tombada. E sabemos que a função da âncora é exatamente te manter no mesmo lugar.
Mas o que fazer quando você quer navegar novamente?
Você precisa lidar com a âncora.
Por que eles são ruins?
Drenos emocionais são ruins porque te impedem de viver a vida que você quer viver, a vida que você merece viver.
Se somos todos seres que nascemos plenos e vamos nos limitando (como algumas correntes de pensamento defendem), os drenos são uma parte dessa limitação. Eles nascem, crescem e começam a ocupar um espaço de plenitude em sua vida, que originalmente deveria ser destinado às grandes realizações.
Nossas vidas são imensamente curtas (em um excelente texto que li esses dias, o autor dizia, sobre suas lições nos 30 anos, que os dias são longos, mas as décadas são curtas. Excepcional). Imagine viver o tempo inteiro puxando alguém com você?
Michael Hyatt, outro autor que sigo, recentemente falou da importância de contratar pessoas que venham com as próprias baterias. Hyatt, um dos grandes autores do empreendedorismo digital, faz uma comparação entre dispositivos que são comprados com e sem baterias e faz um interessante paralelo com as pessoas contratadas.
A teoria dele pode muito bem ser ampliada para nossas relações pessoais. Imagine ter alguém ao seu lado que, em vez de te apoiar, te incentivar, crescer com você, só faz te segurar no mesmo lugar, brigando e criticando tudo que você faz?
Ou imagine um trabalho que você odeia com todas as suas forças, mas todos os dias continua indo, porque precisa pagar as contas, porque não sabe se vai conseguir algo melhor…
Talvez você nem precise imaginar, porque talvez isso seja a situação que você está vivendo hoje. E se for, desnecessário dizer que uma providência é necessária.
Como se livrar disso?
Livrar-se dessas situações é fácil? Claro que não. É pouco razoável pensar em alguém que vai acabar com uma amizade ou uma relação amorosa, com um trabalho, com uma dívida de repente. Afinal, elas existem por uma razão. Em alguns casos é possível, sim, mas nem sempre é o mais recomendável. Então, quais seriam as estratégias para lidar com essas situações?
- Planeje-se – toda boa mudança começa com um planejamento. Os melhores são aqueles com passos claramente definidos. ‘arranjar um novo emprego’, ‘passar em concursos’ ou ‘procurar outro marido’ costumam ser péssimos planos, porque você não tem ideia do que fazer. Esses itens não são passos, são metas amplas.
- Comece a execução imediatamente com pequenos passos. Você nunca vai se sentir pronto(a). Simplesmente não vai. Não há quantidade de pesquisa que te permita sentir confiança de fazer o que você vai fazer, até porque o que gera confiança é sua competência, e competência só é construída com o fazer (falei sobre isso nessa oportunidade). Quanto mais detalhado for seu próximo passo, maior a probabilidade de você segui-lo. Exemplo: em vez de dizer que vai ‘passar em um concurso’, diga que vai ‘escolher uma carreira que você gostaria de seguir e pesquisar durante 2h sobre ela’. A partir daí, você já pode definir que seus próximos passos são procurar bons materiais, escolher sua estratégia de estudos (recomendo o Ciclo EARA fortemente) e começar a estudar o quanto antes. Isso tudo, de preferência, nas próximas 48h.
- Use a estratégia da substituição – Como eu disse, é quase sempre possível lidar com um dreno de forma definitiva – cortando relações com uma pessoa, pedindo demissão/exoneração, etc. Mas nem sempre isso é o mais recomendável. Mas uma estratégia que funciona é a substituição. Em vez de pedir demissão, encontre algo que você quer fazer e comece a fazer nas suas horas vagas. Conforme isso vai crescendo, você vai sentindo cada vez mais confiança na capacidade de aquilo gerar resultados. Se você quer novos amigos, comece a conhecer pessoas em cursos, na internet, em grupos online. Marque encontros, aproxime-se das pessoas. E gradualmente vá se afastando, com respeito e consideração, daquelas pessoas que não te fazem bem.
- Escreva seus medos – Muitos dos nossos medos, além de irracionais, são pouco razoáveis. Se você tem medo de sair à noite em uma cidade desconhecida porque não quer sofrer nenhum tipo de violência urbana, isso é compreensível. Mas a partir do momento que você decide se manter em um casamento tóxico por medo de ficar sozinho(a), isso passa a ser estranho. Qual o pior que pode acontecer? É tão ruim assim ficar só? Escreva, diga por que você tem medo, o que você acha que vai acontecer, por que você acha que vai acontecer e o que você pode fazer para minimizar ou eliminar esse efeito (sugiro que você faça essa atividade agora, inclusive. Escreva numa folha de papel ou no computador seu medo e suas implicações reais).
- Consiga apoio – vivemos num mundo em que, embora as pessoas estejam cada vez mais próximas pelo computador, estão cada vez mais distantes na vida real. Encontre uma pessoa com quem você possa conversar sobre seus problemas, uma pessoa que te ouça, mas que também te impulsione para ser melhor. Não espere nem procure alguém que te apoie e diga que te entende o tempo todo, mas alguém que te desafie, mesmo contra sua vontade, a superar suas próprias limitações. Uma pessoa assim vale ouro em sua vida.
- Trabalhe incansavelmente por aquilo que você quer – uma vez que você escolha seu plano e comece a buscá-lo, é hora de verdadeiramente trabalhar por aquilo que você quer. Mudanças são difíceis, e o medo vai existir, mas a ação elimina o medo. O que você sente agora vai parecendo cada vez menor conforme você age, aprende, erra e aprende com seus erros. Então, seu trabalho é buscar aquilo que você quer com unhas e dentes. Porque, fazendo isso, certamente dará certo.
Vamos fazer uma experiência? Queria que você me contasse qual seu dreno emocional agora. Sei que normalmente são situações delicadas, mas escrever nos ajuda a lidar com isso e ajuda outras pessoas a verem que não estão sozinhas. E me diga também qual seu primeiro passo para resolvê-lo ou minimizá-lo.
Se preferir, não use seu nome (coloque um Anônimo no local). Você pode informar seu email normalmente nos comentários – ninguém tem acesso a ele a não ser eu (ele está absolutamente seguro). Combinado? Te vejo nos comentários.
meu dreno é não me conhecer. as vezes tenho a impressão que não sou eu quem está no reflexo do espelho. me dou bem com tarefas, mas não me dou bem comigo. analiso tudo e todos, consigo entende-los. não consigo ver quem sou eu, qual a minha personalidade. cada característica minha, não parece bater ou ter ligação com a outra. não me compreendo então não acho meu próprio caminho.
Olá Fernando,
Desde o início do ano acompanho seu blog e pelo q eu vejo me pareço um pouco com vc. Eu sou um cara muito sonhador, desde novo sempre gostei de desenhar, criar. Na minha adolescência descobri a arte plástica, isso mudou totalmente a minha vida, eu me encontrei. Minha família nunca me apoiou e diversas vezes tentaram me impedir de seguir meu sonho.
Já cheguei a largar a faculdade que estava fazendo para tentar carreira, mas por breves momentos de dificuldade desanimei. Depois de muito pensar e ver q meus pais estão envelhecendo e sem uma renda para ter uma velhice tranquila, (meu pai é pedreiro e já está sentindo a idade chegando e minha mãe é doméstica) decidi passar em um concurso público para garantir q conseguirei cuidar dos meus pais e ter uma estrutura sólida para realizar meus hobbies.
Não venho pensando em vc me dizer q tenho q seguir minha carreiras nas artes, nem nada. O q quero é sua ajuda para ter uma boa mentalidade e conseguir estudar. Já li quase todos seus textos e assisti muitos de seus vídeos. Aprendi muito sobre técnicas de estudo com vc, porém oq me puxa para baixo na hora de estudar é q sempre fico pensando em como seria minha vida de artista e como estou perdendo meu tempo. Esses pensamentos inundam minha cabeça e não consigo me concentrar, no início consegui ter um ritmo bom de estudos, só q agora estou empacado sem conseguir estudar. Quero muito ter uma rotina de estudos, porém isso está me abalando.
Agradeço desde já.
Tenho 28 anos e me formei em Veterinária há 6 meses, e até agora não consegui emprego na área que escolhi, rolam entrevistas mas sem sucesso. Resolvi focar nos concursos, mas não tenho estímulo para estudar, estudo e paro o tempo todo, com a certeza de que nunca conseguiria passar, e por conta disso e também por não conseguir emprego, passo dias angustiada. Além do mais, me incomoda depender dos meus pais, enquanto amigos com a mesma idade ou menos, já conquistaram alguns objetivos que parecem tão distantes de mim. Sei que preciso sair dessa condição, mas parece que eu mesma me puxo para baixo, é uma sensação muito ruim ser meu próprio dreno.
Meu maior dreno emocional é começar as coisas e não terminar e sempre ponho barreiras e dificuldades. Eu me boicoto muito, é um ciclo vicioso e não consigo sair dele, mas ainda não consegui entender o porque do meu boicote.
Fernando,
esse texto mexeu muito comigo.
Fez-me pensar em toda a minha vida, em todas as coisas que faço e que nunca acho que são suficentes.
Meu maior dreno emocional é o de não me perdoar. Achar que nunca sou boa o bastante, achar que sempre tenho que sofrer para conseguir qualquer coisa, ser auto-exigente e duvidar do meu potencial, mesmo quando sei que sou capaz.
E o pior, não saber receber as coisas boas que me acontecem. Tenho a sensação de que estou sempre em dívida comigo mesma, com alguém, com Deus….
Olá Fernando!
Obrigada pela oportunidade de nos escutar.
Meus drenos emocionais são: não saber em que área atuar, pois a minha vejo que estou mais porque cai de paraquedas, ou seja, insatisfação com a carreira. Insatisfação no emprego que estou e medo de buscar outro, afinal tenho um prestígio pela minha superiora referente ao meu trabalho. Outro dreno medo de ficar desempregada. Outro é medo de continuar a estudar para concurso, pois na época que dediquei fiquei muito estressada e adquiri síndrome que dói meu corpo todo e convivo ainda hj com isso e não saber se dedico para minha área ou se mudo radicalmente de área. Aguardo uma ajuda. Abraço!
Olá Fernando, meu dreno emocional, na verdade, meus drenos emocionais são dois: fim de relacionamento e ultima chance no concurso, pois possui limite de idade. Há uns meses atrás minha ex-namorada terminou comigo pois ela acreditava que como é minha ultima chance no concurso, se eu não passasse, iria por a culpa nela. Eu esperava mais dela, realmente gostei muito dela, mas o fato de terminar acabou me abalando e fazendo o rendimento dos meus estudos cair bastante, mas graças a Deus, prezo muito pela fé, as coisas estão voltando a normalidade. Quanto a questão do limite de idade, venho estudando há 5 anos já, onde fui reprovado todos os anos nesse mesmo concurso, o temido ITA, esse ano é minha ultima chance, e com esse dreno emocional, estou ainda receoso e acho que não conseguirei a aprovação, gostaria de que me falasse sobre como posso mudar meu pensamento quanto a essas duas questões, relacionamentos e limites de idade.
Abraços!!
É muito difícil falar dos nossos defeitos e de tudo que nos incomoda,principalmente quando temos certeza de que a mudança só depende de nós mesmos.Bem,me considero uma pessoa de alto-estima baixa tendo a sensação de que todos tem seu valor menos eu,sempre me dou pouca importância,sempre acho que as pessoas se arrumam melhor que eu ou são mais bonitas.Estou numa situação bastante complicada hoje pois me incomodo por ser mãe solteira com 37 anos,não tenho nem um namorado enquanto minha família toda é casada,tenho uma lojinha mas que não consigo ter uma renda tanto que moro com meus pais,sendo que eles me ajudam financeiramente,ou seja,estou totalmente dependente e isso é horrível a ponto de está afetando minha saúde.Parece que nada que eu faço vai pra frente.
Oii
Difícil falar de mim.
Expor aquilo que guardo e muitas vezes não assumo nem nos piores pesadelos.
Bom, a quase um ano atrás eu estava em um emprego que me consumia por completo, quando entrei parecia a solução para todos os problemas, aprendi muito no local, conheci pessoas excepcionais e outras nem tanto, mas no final sentia-me como um cordeiro indo para o sacrifício quando chegava a hora de ir trabalhar e ao cruzar o portão pedia forças a Deus para suportar mais um dia, e isso quando não chegava em casa debulhada em lágrimas, a saúde foi afetada, físico, emocional, psicológico, enfim tudo. Que que eu fiz?Já existia um caminho, um anjo, de lá mesmo dizia-me todos os dias pra deixar de ser burra e estudar para concursos que eu já era graduada(assim mesmo, nessas palavras), que gostava do que eu fazia mas queria que eu o surpreendesse porque de iguais ele já estava cansado e eu parecia diferente, poderia fazer o que os filhos dele não quiseram fazer, um dia ele sentaria para houvir a minha história, sabia que eu já a tinha mudado mas que não podia parar, não fosse burra, estudasse enquanto era, tempo pois ele queria apontar o dedo para uma pessoa importante e dizer com orgulho “essa trabalhou comigo, ralou pra tá ali.”
E eu ficava boquiaberta com tais palavras, pois elas eram ditas, tantas vezes em dois anos e meio, sempre acompanhadas de um copo de uísque e um cigarro no dedo, especialmente nas sextas feiras.
Eu poderia simplesmente não ouvi-lo mas eu tinha tempo, era jovem e ele tinha razão “eu podia ser diferente e fazer a diferença”. Entrei sem querer lpra ver no que dava e como era, planejei, preparei-me dutante um ano, sai do tal trabalho e hoje estou aqui tentando transformar minha vida. Fácil? Não é, não foi e nunca será, existem muitos medos em mim, medo do que já passou e do que está por vir, mas eu sei que é preciso acredidar ou não teremos forças para continuar e um amigo de caminhada certa noite de prantos respondeu-me um email dizendo que nada é em vão cada minuto ia valer a pena que eu perscistisse que o resultado viria.
Sabe aquela frase que quando não se sabe aonde quer ir, todo caminho é válido? Pois é, meu dreno emocional é este.
E tem cada vez mais me preocupado.
Já fiz de tudo nessa vida, sou competente, tenho bons estudos, sou uma pessoa simpática, curiosa, esperta com tecnologias e que corre atrás do que é necessário para realizar um bom trabalho.
Já morei em alguns países onde pude aprender muito com a diferença de cultura.
A questão é que até então, isso parecia ser parte de um aprendizado/ planejamento para se conquistar algo e ter a sensação de chão firme (pelo menos 60% do tempo). Mais não, sigo minha vida em uma nova experiência profissional e com a mesma sensação de vazio.
Tenho muitos drenos emocionais. O primeiro deles é achar que sou pior que os outros, por ter 29 anos e não ter conhecido ninguém legal até hoje e vendo todos a minha volta conseguindo. Parte da sociedade te massacra com isso, sou emotiva e isso me corrói. Evito algumas pessoas da família pq toda vez que me encontram se interessa em saber se estou com alguém. A uma semana tive que escutar de uma prima que ia incentivar a filha a namorar cedo, como se fosse uma aberração ser solteira. Eu lutei tanto para conseguir a carteira da OAB e hoje não gosto do que faço, não sou feliz na profissão. Na verdade nunca quis ser advogada, fiz direito querendo ser servidora pública. hoje realmente sou, mas como advogada, não gosto e nem tenho perfil. Meu trabalho me consome e não tenho conseguido estudar quando chego em casa… Desmotivada. Realmente perdida, tentando melhorar para ser feliz.
Fernando,
Meu dreno emocional é ver o tempo passando e não ter uma perspectiva de aprovação, fiz quarenta anos, tenho uma filha pequena e meu marido tem uma saúde delicada. Muitas vezes fico angustiada e isso me trava na hora de estudar.Tenho a sensação de que caminho em uma estrada sem fim.
Grande Fernando!
Moro em Santa Catarina faz aproximadamente 5 anos, e antes disso morei todo tempo no Rio Grande do Sul. Exercia lá a profissão de recepcionista de hotel, foi então que resolvi dar uma “guinada” na vida. Fiz um curso de comissário de voo e fui pré selecionado de imediato em uma pequena companhia aérea. Acreditando na qualidade do meu currículo e nas referências do curso, seria efetivado de imediato e fui do RS para SC “de mala e cuia”. Solteiro, com 29 anos e cheio de sonhos, fui reprovado no raio X de coluna, onde uma hérnia de disco poderia comprometer alguns movimentos, além das vértebras. Ninguém contrata um comissário com hérnia. Saí de porta em porta e a pé para economizar dinheiro, entregando currículos pelos hotéis no litoral catarinense, foram 47 no total. No bolso, apenas um misero valor do acerto do trabalho e ainda por fazer, o até então desnecessário, encaminhamento do seguro-desemprego. Por sorte, um casal de amigos me acolheram em sua casa, morada para uns 15 dias. Na mesma semana, fui chamado por um resort em Itapema, onde me ofereceram além do trabalho, um alojamento e comida. Era a hora de botar os pés no chão e tentar entender o que havia acontecido. Tentei me “re-programar”. Paga-se mais para os recepcionistas em Santa Catarina, deveria aproveitar esta sacada. Estudar, me qualificar! Mas o que fazer? Então conheci a minha atual companheira. Pessoa espetacular! Contei tudo à ela. Fizemos economias e comecei a fazer o curso de piloto privado de avião, primeiro o teórico e depois as práticas. Minha meta? Linha aérea. Foi então que minha escola estava selecionando alguns candidatos para indicar em entrevistas nas cias. aéreas e descobri mais uma coisa; elas não contratam candidatos com 35 anos de idade! Eu sabia que ainda faltavam alguns cursos como o de piloto comercial e outras tantas qualificações, mas minha meta era conseguir em até 2 anos. Larguei tudo! Desanimei! Voltei para minha realidade. Foi então que…. resolvi estudar para concurso público!
Minha esposa tem estudo superior, faz mestrado e tem 28 anos. Me apoia totalmente e acredita em mim. Porém, não tenho mais certeza de nada. Estudo 3 horas por dia, as vezes 4, mas parece que é em vão! Estou muito inseguro, perdido, desorganizado e emocionalmente pressionado, afinal, tenho que passar.
Um Abraço!
Meu dreno emocional é, no momento, viver em um lugar que não me sinto feliz. Moro com minha avó paterna, mas não m
Meu dreno é o que minha família quer que eu faça. Minha mãe quer que eu siga os caminhos trilhados pela minha irmã mais velha, passando num concurso público de boa remuneração. Sou concursada, mas meu salário é pequeno. Para me ajudar, a única vez que contrariei fortemente minha família, foi num casamento que deu errado e hoje crio meu filho sozinha. Minha mãe me auxilia financeiramente e me sinto na obrigação de seguir o que ela quer, sendo também cobrada constantemente. O meu pai, que era a base da minha família, morreu na minha frente, e , como ele concordava com tudo o que elas pensam, me sinto mais obrigada ainda. Sempre tive talento artístico: cantava, dançava, escrevia músicas, desfilava, mas tudo sempre foi muito criticado e combatido. Hoje não me sinto no direito de lutar pelo que gosto, além de pensar que ficou muito tarde aos trinta anos, e não consigo encontrar motivação para estudar para algo que não quero. Fico me empurrando a cada dia me sentindo mais perdida.
Acho que vários deles, mas o que mais me atrapalha é a procrastinação. Eu não era assim, sempre gostei de estudar, ler… só que, de um três anos pra cá, eu simplesmente deixo tudo para a última hora, o que me causou um estresse gigante. Estudar para concurso é o que eu sempre quis fazer depois que terminasse a faculdade, mas tô sempre deixando para “amanhã”… agora estou buscando motivação e força para estudar, e estou conseguindo. Já pesquisei materiais, métodos de estudos e tudo mais sobre concursos públicos…estou começando a por em prática.
Fernando,
Hoje o meu dreno emocional está nas minhas dívidas. Exatamente como você descreveu. Por conta delas continuo em um emprego que embora seja prazeroso toma boa parte do meu dia física ou psicologicamente, o que me deixa ansiosa e depressiva por não poder realizar as atividades de que gosto. Não posso largar o emprego porque preciso pagar contas, o salário não é suficiente para quitar as dívidas, não consigo nada com remuneração melhor, sinto-me desanimada em estudar para concursos porque o trabalho preenche as minhas horas… e por ai vai. É como um ciclo vicioso que só agora estou começando a quebrar. Nesse processo, a organização realmente me parece fundamental. Já percebi que ter uma rotina e conseguir cumpri-la vai ser a única maneira de conseguir reduzir a ansiedade e conseguir sair dessa situação. O meu maior medo tornou-se ficar sem dinheiro para arcar com minhas despesas e depender da minha família ou ter que me desfazer dos meus bens.Sabe, Fernando, vejo que até as minhas relações pessoais estão fragilizadas por conta dessa processo que tenho vivido. O alto nível de estresse e ansiedade tornou minha companhia desagradável para os meus familiares. O poder de compra muito reduzido pelas dívidas me faz evitar sair com as amigas, o que me deixa ainda mais chateada. Incrível como a dependência trava a vida. Agora percebo a necessidade de quebrar esse ciclo de uma vez por todas. Já comecei a fazer isso. Estou certa que resultados virão. Mando notícias assim que forem boas.
Meu dreno emocional foi um relacionamento destrutivo que durou 8 anos e meio, estou pagando caro pelas sequelas deixadas em mim, perdi a minha identidade, minha auto estima, minha segurança e confiança ..estou tentando me livrar desses drenos..estou conseguindo!
Tenho que sair desse desanimo, parar de depender dos outros.